ASSOAB recebe certificação inédita e poderá exportar a castanha

ASSOAB recebe certificação inédita e poderá exportar a castanha

A Associação dos Agropecuários de Beruri (Assoab), organização do portfólio NESsT Amazônia - Incubadora da Floresta, poderá buscar novos mercados e até exportar as castanhas coletadas por seus associados. Isto porque a associação tornou-se em maio a primeira entidade comunitária de processamento de castanha-do-brasil a receber o Cadastro Geral de Classificação, importante licença do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Leia mais.

Conheça as sete empresas lideradas por indígenas no programa Amazônia Indígena Direitos e Recursos (AIRR)

Conheça as sete empresas lideradas por indígenas no programa Amazônia Indígena Direitos e Recursos (AIRR)

Implementado pela NESsT, em parceria com a WWF, federações indígenas nacionais, a Organização dos Povos Indígenas da Amazônia (COICA) e com o apoio da USAID, o programa Amazônia Indígena Direitos e Recursos (AIRR) visa encorajar as populações indígenas a se tornarem atores mais visíveis e ativos na economia sustentável da Amazônia de forma a conservar a biodiversidade da floresta tropical e construir resiliência ambiental, através do desenvolvimento de alternativas de geração de renda com a floresta em pé.

Negócios Sociais e Empregos Dignos: Investimentos customizados para mais impacto

Contribuíram: Margarida Gorecki Zanelato & Andrea Castro

O ecossistema filantrópico no Brasil ainda é muito voltado para um modelo exclusivo de doações, seja por suas raízes culturais e históricas, seja pela predominância de fundações ou organizações que praticam sobretudo o grantmaking. No entanto, é crescente o interesse de investidores por alternativas que utilizam diferentes mecanismos financeiros, com vistas a ampliar o alcance, escala e impacto social de seus investimentos. Essa nova geração de filantropos visa diversificar não apenas as formas de apoio financeiro, mas também os tipos de iniciativas contempladas, com os negócios sociais passando a surgir como opções. 

Essa forma de atuação é conhecida como Venture Philanthropy, uma abordagem de alto engajamento e visão de longo prazo para gerar impacto social. Ela envolve três elementos: financiamento sob medida, apoio organizacional e, medição e gerenciamento de impacto. (Fonte: European Venture Philanthropy Association) 

 Assim, ao contrário de um modelo focado unicamente em doações, pode-se fazer uso de diferentes instrumentos financeiros, como instrumentos de dívida e equity, ou, ainda, instrumentos híbridos como mezaninos, empréstimos conversíveis e doações recuperáveis (recoverable grants). Os grandes diferenciais dessas modalidades em relação aos seus equivalentes no mercado financeiro tradicional são o foco no impacto social primeiro, uma maior tolerância a riscos, e um horizonte mais longo para receber os retornos financeiros (também conhecido por “capital paciente”). 

Outro termo que vem ganhando espaço é o conceito de Blended Finance, que pode ser traduzido como finanças mistas, e combina recursos financeiros advindos de diferentes tipos de capitais — públicos, privados, filantrópicos — com o objetivo comum de aumentar o total de capital mobilizado e compartilhar os riscos de projetos mais inovadores.  

 O formato de investimento no IAÊ  

Mas afinal, como uma organização pode escolher o melhor modelo para investir? O processo depende, em grande parte, das próprias características da organização financiadora, como sua estrutura legal, seu perfil de risco, e expectativas de retorno financeiro e geração de impacto.  Mas a análise das características do negócio social em si é fundamental para tal definição. Para isso, é importante realizar um processo de seleção diligente.  

Na NESsT, este processo é feito com base em uma coleta de informações, entrevistas, visitas ao negócio, conversas com a equipe e principais stakeholders. Ao término de uma primeira análise, a due dilligence é feita com os finalistas, até ficar claro qual a melhor combinação entre equipe fundadora, modelo de negócios, potencial de impacto e os recursos (financeiros ou não) disponíveis. 

A intenção de todo o processo é não apenas compreender o potencial de impacto e sustentabilidade do negócio social, mas avaliar se a equipe poderá aproveitar o apoio técnico e a mentoria da NESsT por meio de uma relação de transparência e confiança.   

Temos que conhecer bem o empreendedor social, entender como eles respondem às perguntas, o quanto estão abertos para a formação e o compartilhamento de problemas. Queremos descobrir quem são as pessoas por trás dos negócios, se eles sabem o seu impacto e o que fazem pela comunidade”, diz Renata Truzzi, Country Director Brasil. “Dados financeiros e planos de negócios podem ser aprimorados ao longo do processo. Mas precisamos sentir que é um relacionamento que vai dar certo, além de ser um negócio promissor”. 

 No caso do IAÊ, o modelo escolhido foi uma combinação de modalidades de investimentos, em uma parceria entre a NESsT e a Fundação Arymax.  

 Quando a Fundação Arymax começou a desenhar sua estratégia de inclusão produtiva, surgiu a vontade de apoiar organizações que estivessem experimentando modelos de blended finance.

Conhecíamos o trabalho da NESst e, em conversa com eles, identificamos que a proposta do IAÊ, além de estar alinhada com nossas premissas de atuação em inclusão produtiva, tinha a intenção e as condições para testar um modelo de negócio social, combinando empréstimo e doação, que, se bem -sucedido, poderia ser replicado por outras organizações que atuam na formação e inserção de jovens para o mercado de trabalho., diz Vivianne Naigeborin, Superintendente da Fundação Arymax 

Assim, a maior parte do investimento financeiro no IAÊ foi uma doação para desenvolvimento da tecnologia e formação da equipe; o restante foi em forma de empréstimo recuperável, com uma longa carência, parcelas fixas e sem juros.   

“Com termos mais amigáveis e flexíveis do que instrumentos financeiros tradicionais, essa modalidade ajuda a preparar o empreendedor social para futuros investimentos. Ele passa a olhar este compromisso de forma estratégica e a entender como isso influencia seu fluxo de caixa e negócio em geral.” explica Renata 

E se, por um lado, um financiamento customizado é importante para a criação e desenvolvimento do negócio social, por outro, um apoio organizacional não financeiro é essencial para seu crescimento. No próximo artigo da série, iremos detalhar o processo de criação do IAÊ, das primeiras conversas até o lançamento da plataforma, e como a mentoria da NESsT têm ajudado ao longo deste caminho. 


 A série “Negócios Sociais e Empregos Dignos” conta o estudo de caso do Instituto Aliança Empregos (IAE), uma unidade de negócios criada dentro da ONG Instituto Aliança, com o apoio da NESsT e da Fundação Arymax. Ao longo dos próximos meses vamos compartilhar a trajetória do IAÊ  com o objetivo de inspirar o fomento de soluções inovadoras de geração de emprego e renda dignos, beneficiando sobretudo os jovens em situação de vulnerabilidade.  

Releia nosso primeiro artigo: Inclusão Produtiva. 

Fontes: 

Parceria estratégica da Plataforma Parceiros pela Amazônia (PPA) e NESsT pela conservação da Floresta

Em resumo: 

  • A Incubadora da Floresta é uma parceria plurianual que irá apoiar até 20 negócios socioambientais que auxiliam na conservação da floresta amazônica e fornecem meios de subsistência ​​para as comunidades locais. 

  • Os empreendimentos da Incubadora da Floresta abrangem diferentes cadeias de valor e promovem o sustento de mais de 9.000 famílias.  

  • A PPA se junta a parceiros existentes, incluindo a Climate and Land Use Alliance (CLUA), USAID, Cisco, Erol Foundation e WWF. 

  • Em outubro, oficializamos a entrada de três organizações sociais; outras 2 organizações devem ser anunciadas até o fim de 2021. 

Lar de 30 milhões de pessoas e uma das regiões com maior biodiversidade no planeta, a floresta amazônica fornece benefícios incomensuráveis para nossos sistemas alimentares e de saúde. Nos últimos 50 anos, cerca de 17 por cento da floresta foi destruída devido ao desmatamento desenfreado e desenvolvimento predatório. Vemos, portanto, a importância de conciliar o crescimento econômico com ações ambientalmente responsáveis. 

Através da Incubadora da Floresta, a NESsT irá incubar um portfólio de empresas, cooperativas e associações que atuam em cadeias de valor sustentáveis por meio da bioeconomia, incluindo práticas de manejo e extrativismo florestal, sistemas agroflorestais e beneficiamento de produtos da sociobiodiversidade. 

Em outubro, oficializamos a entrada das três primeiras organizações sociais que farão parte do programa; são elas: 

  • Associação Comunitária Agrícola do Rio Urupadi (ASCAMPA): uma das maiores produtoras de sementes de Guaraná na região de Maués, no Amazonas. A associação adquire guaraná dos agricultores locais e associados, apoiando-os na adoção de técnicas agroflorestais e na transição para práticas orgânicas.  

  • Associação dos Produtores Rurais de Carauri (ASPROC) atende comunidades ribeirinhas da região do Médio Juruá na comercialização de produtos do extrativismo florestal, incluindo pirarucu, farinha de mandioca e açaí. A associação proporciona geração de às famílias associadas e ajuda a proteger mais de 1 milhão de hectares de terras florestais. 

  • Associação dos Agropecuários de Beruri (ASSOAB) contribui com a geração de renda de extrativistas do município de Beruri (AM) com a comercialização da castanha-do-brasil desidratada. A associação adquire o produto in natura de mais de 350 famílias coletoras da TIItixi Mitari e RDS Piagaçu-Purus, que abrangem uma área com quase 1,2 milhão de hectares de florestas nativas. 

Outras 2 organizações devem ser anunciadas até o fim de 2021, além de 7 iniciativas econômicas indígenas selecionadas no âmbito do programa AIRR Brasil.

 “A diversidade do nosso portfólio reflete as características únicas da Amazônia. Nosso programa vai gerar renda para os povos da floresta, fortalecendo o comércio justo da castanha, do guaraná e do pirarucu, entre outros produtos da bioeconomia.” explica Marcelo Cwerner,  gerente de portfólio NESsT. 

Viabilizado com o apoio dos parceiros estratégicos USAID, Plataforma Parceiros pela Amazônia (PPA), Erol Foundation, Cisco e CLUA, a Incubadora da Floresta têm o objetivo de melhorar a renda e os meios de subsistência das populações envolvidas com o desenvolvimento sustentável da Amazônia, especialmente das mulheres, e promover melhorias em relação à conservação ou regeneração da floresta.

“Estamos felizes em trabalhar ao lado de parceiros que entendem a importância da floresta em pé. Juntos, apoiaremos iniciativas que trabalham diariamente pela conservação da floresta e em prol de suas comunidades.” comenta Renata Truzzi, Diretora do Brasil.  

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Surgiu assim o Instituto Aliança Emprego (IAÊ), uma unidade de negócios dentro Instituto Aliança, com o apoio NESsT e da Fundação Arymax. Ao longo dos últimos dois anos, NESsT e Fundação Arymax fizeram um investimento financeiro híbrido e forneceram apoio não-financeiro ao IAÊ, como mentoria, estudos e mapeamento de mercado, definição e melhorias no plano de negócios, apoio ao desenvolvimento tecnológico e criação de novas parcerias.

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